Diferença entre os vinhos espanhóis de Montilla Moriles e Jerez

Quando pensamos em vinhos de Jerez ou de Montilla Moriles logo nos vem a cabeça os interessantes e complexos vinhos fortificados, criados sob velo de flor com sua “crianza” biológica ou envelhecimento oxidativo no sistema de criadas e solera. 

Que eles compartem semelhanças em comum em relação aos métodos de elaboração, isso é um fato. 

Mas quais são as principais diferenças dos vinhos jerezano e montillanos? 

A primeira diferença que me vem a cabeça quando estamos tratando dos vinhos dessas duas regiões espanholas acredito que é a variedade de uva.

Em Jerez predomina a variedade branca Palomino Fino, que é uma cepa mais neutra, com características que favorecem muito a “crianza” biológica e oxidativa. (se você não sabe o que significa esses tipos de envelhecimento dos vinhos, temos um artigo explicando tudo aqui no site => Vinos típicos da Andalucía). 

Não entendam aqui que estou menosprezando a Palomino quando digo que ela tem um caráter mais neutro. Tem uma turma de produtores fazendo vinhos tranquilos muito interessantes a partir da Palomino. Vamos comentar sobre isso mais adiante. 

Enquanto em Montilla Moriles a principal cepa é a branca Pedro Ximénez, que apresenta certo carácter varietal.

Outra diferença está na graduação alcoólica. Os Finos montillanos alcançam os 15° sem fortificar, ou seja, sem adicionar álcool vínico. Enquanto os jerezanos tem que ser fortificados pois só alcançam 12°.

Essa diferença de graduação alcoólica nos vinhos é devido ao clima distinto nessas duas regiões. Na província de Córdoba onde se localiza Montilla Moriles, o clima é mais quente, enquanto em Jerez as temperaturas são mais amenas devido ao clima oceânico.

Outra diferença é que em Montilla Moriles, os vinhos tranquilos (não fortificados) são reconhecidos pela Denominação de Origem, o que não acontece em Jerez, pois o conselho regulador ainda não reconhece os vinhos tranquilos dentro do marco de Jerez.

Porém muitos produtores jerezanos estão voltando a elaborar vinhos tranquilos com a Palomino (como faziam os antepassados), fazendo uma revolução muito positiva e interessante dos vinhos brancos de Jerez, que são reconhecidos na sua grande maioria somente pelos vinhos fortificados.