Região vitivinícola: Ribera del Duero

Região vitivinícola: Ribera del Duero

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Hoje nossa região vitivinícola é Ribera del Duero. Falaremos um pouco sobre a história, as variedades de uvas cultivadas, além do clima e dos tipos de solo e como isso tudo influência nos estilos de vinhos produzidos.

Ribera del Duero é uma região vitivinícola espanhola localizada na Comunidade Autônoma de Castilla y León.

É uma zona que fica no noroeste da Espanha e que se estende pelo vale do rio Duero entre as províncias de Burgos (ao norte), Soria (a leste), Valladolid (a oeste) e Segovia (ao sul).

A história do vinho na região é bem antiga, desde a época romana. Porém, os povos anteriores que viviam ali já consumiam vinho.

Com a invasão árabe houve uma parada na produção. Com a Ordem de Císter (da Borgogna) durante a Reconquista, os monges replantaram os vinhedos e impulsionaram a viticultura. 

Durante os séculos XI e XIX a viticultura foi muito importante para a economia da região, até a crise da filoxera que destruiu grande parte dos vinhedos europeus (final do século XIX-início do XX).

Ribera del Duero é um vale formado por capas geológicas que sofreram erosão e que posteriormente foram preenchidas com materiais sedimentares fluviais, portanto, apresenta uma geologia bastante complexa. 

Encontramos formações como:

  • Terraças antigas muito elevadas
  • “Piedemontes” (zonas com materiais rochosos)
  • Planícies elevadas
  • Terraças com materiais modernos perto do rio 

Zonas vinícolas de Ribera del Duero:

O rio Duero é um eixo que une mais de 100 povoados ao longo de 115 km de longitude e 35 km de largura.

As principais zona vinícolas são:

·      Pedrosa del Duero

·      La Horra

·      La Aguiera

·      Gumiel de Hizán

·      Aranda del Duero

·      Roa

·      Peñafiel

·      Valbuena del Duero

·      Pesquera del Duero

·      San Esteban de Gomaz

·      Atauta

·      Anguix

·      Tudela del Duero

·      Quintanilla de Onesimo

Clima e solos:

A climatologia de Ribera del Duero é extrema, com pluviometria de baixa a moderada (400-600mm), clima com caráter continental, com verões secos e quentes seguido de inverno longo e rigoroso com riscos de geadas durante a primavera e outono.

A altitude dos vinhedos é em média 800 metros (700-1.100mt).

A seguir mostraremos os tipos de solos, que apresentam uma grande diversidade e complexidade.

Por exemplo: 

  • No pé do vale: encontra-se aluviais com areia e argila
  • Na parte mais elevada dos vales: pedra calcárea e argila branca
  • Ladeiras baixas e altas: argila e marga

E como esses tipos de solos influenciam nos vinhos de Ribera del Duero?

  • Argilosos: avermelhados que retém água. Aportam estrutura e caráter aos vinhos.
  • Calcáreo: rico em carbonato de cálcio e de cor branca. São solos mais secos e aportam elegância e complexidade.
  • Pedregosos: se retenção de água. Aportam madurez e suavidade aos vinhos.

As variedades de uvas:

A Tempranillo é a cepa dominante em Ribera del Duero que é também chamada nessa região de Tino Fino e Tinta del País, com vinhos com coloração concentrada, frutados, sabores intensos e acidez moderada.

A principal variedade branca é a Albillo Mayor, com vinhos de acidez moderada e aromas que nos lembram pêssego e maçã.

Encontramos também outras variedades como a Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec y Garnacha Tintorera.

Estilos de vinhos de Ribera del Duero:

  • Brancos de Albillo Mayor: quando jovem são frescos e frutados, com boa acidez. Quando criados em barricas ganham complexidade e cremosidade.
  • Rosés de Tinto Fino: são frutados, com bom corpo ou também mais leves e com cor menos intensa.
  • Tintos varietais de Tempranillo ou em corte: costumam ter cor intensa e boca plena, com taninos redondos, aromas de frutas negras maduras e especiarias. Profundidade mineral e textura suave. Os melhores vinhos precisam de tempo para evoluírem em garrafa.  

Os vinhos ecológicos, biodinâmicos e naturais vem ganhando protagonismo, ainda que bem lentamente, porém progressivamente na região.

Os vinhos tintos de Ribera del Duero são tradicionalmente conhecidos por seu estilo concentrado, com sobre maduração e muita madeira.

Ainda que a Tempranillo tenha uma boa relação com a madeira (carvalho) alguns produtores parecem exagerar e o resultado são vinhos com uma madeira que incomoda. Porém, não é sempre assim. Há produtores de vinhos convencionais simplesmente geniais, com um trabalho respeitoso tanto no vinhedo quanto na elaboração dos vinhos em vinícola.

Outra mudança no estilo dos vinhos, são aqueles feitos por “vignerons” que se dedicam a produção de vinhos ecológicos, naturais e biodinâmicos, que alcançam a cada dia mais visibilidade e reconhecimento em todo o mundo.

Graças por exemplo, a produtores como Goyo e Diana (Goyo García Viadero), Torremilanos, Bodegas Coruña del Conde, Germán R. Blanco, entre outros, que estimulam outros mais, abrindo espaço para vinhos mais fluidos e fáceis de beber com forte expressão da uva e do terroir.

Agora vamos praticar um pouco. Procure vinhos de Ribera del Duero e beba prestando atenção nas características organolépticas (aromas e sabores). Anote todas as sensações e assim começará a perceber as diferenças entre os vinhos de regiões distintas.

Bons vinhos 🍷🍷

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